5 dicas para tratar emergências ortodônticas nos cuidados primários

Num artigo recentemente publicado no British Dental Journal, os autores de ortodontia dão conselhos aos dentistas generalistas quando lidam com emergências ortodônticas.  

começar, os dentistas devem explicar aos pacientes os riscos do tratamento ortodôntico e devem ser capazes de efetuar procedimentos limitados de emergência de aparelhos ortodônticos.  

Embora a maioria das emergências de aparelhos ortodônticos sejam tratadas por especialistas em medicina dentária, há ocasiões em que o dentista geral é confrontado por um pai ou paciente ansioso com uma emergência com a qual ele ou ela pode não estar tão familiarizado. Os dentistas referem ter visto, em média, uma emergência ortodôntica a cada seis meses e, o que é tranquilizador, a maioria sabe como lidar com os problemas mais comuns.  

Dito isto, há ocasiões em que os pacientes não podem aceder às instalações de uma clínica especializada para tratar o problema por razões geográficas ou financeiras, e os problemas relacionados com a retenção podem surgir muito depois da alta do ortodontista.   Orientações detalhadas sobre o tratamento de emergências ortodônticas em clínica geral já foram publicadas anteriormente, mas neste pequeno artigo os autores discutem cinco apresentações prováveis de emergências ortodônticas e compartilham conselhos pragmáticos sobre como lidar com elas.  

• Trauma por quebra de aparelho fixo. Esta é a causa mais comum de uma emergência ortodôntica e é geralmente a perda de um braquete ou a protrusão de um fio. Os autores não recomendam que os dentistas gerais substituam os braquetes perdidos, mas eles podem ter que tratar um fio problemático. Os autores recomendam que o dentista considere o motivo pelo qual o fio se tornou traumático.          

• Dor causada pela movimentação ortodôntica dos dentes. A dor orofacial é um efeito colateral comum do tratamento ortodôntico, ocorrendo em quase todos os pacientes. A dor geralmente começa 12 horas após a aplicação da força ortodôntica, tem seu pico às 24 horas e dura de três a sete dias. Numa minoria de casos, pode demorar até um mês para voltar aos níveis anteriores ao tratamento. 

• Aparelhos de contenção em falta ou partidos. A maioria dos pacientes ortodônticos necessita de contenção por tempo indeterminado para evitar alterações a longo prazo na sua oclusão após o tratamento. A quebra ou perda de um aparelho de contenção deve ser tratada com urgência. Os autores identificam as emergências relacionadas com as contenções e recomendam algumas intervenções básicas para aqueles com experiência ortodôntica, equipamento e materiais limitados.          

• Desmineralização. Estas lesões são causadas por uma limpeza deficiente do aparelho e por uma dieta cariogénica. Podem demorar apenas quatro semanas a ocorrer durante o tratamento ortodôntico e são comuns numa percentagem significativa de doentes ortodônticos. O reforço das instruções de higiene oral para a limpeza de um aparelho ortodôntico e o aconselhamento dietético para reduzir a frequência de açúcares são fundamentais. A aplicação profissional de flúor a cada seis a oito semanas durante a terapia com aparelhos está associada a uma redução no desenvolvimento de lesões desmineralizadas.          

• Condições gengivais agudas. A gengivite associada à placa bacteriana é comum em pacientes ortodônticos e, embora seja importante diagnosticar, relatar e tratar, isoladamente não constitui uma emergência ortodôntica. No entanto, há condições gengivais que ocorrem durante o tratamento ortodôntico que requerem tratamento urgente. A gengivite necrosante ou periodontite necrosante pode causar grande preocupação aos pacientes devido à sua aparência, como o aumento severo da gengiva.