Relação entre a qualidade do sono, a insónia e as úlceras bucais

Vários estudos epidemiológicos têm postulado uma possível associação entre a qualidade do sono e o risco de doenças orais, mas as conclusões resultantes permanecem controversas e a presença de uma ligação causal permanece equívoca. Neste estudo, o nosso objetivo foi investigar a relação causal entre a duração do sono, a insónia e as doenças orais comuns.  

Métodos

Utilizámos análises de correlação genética e de aleatorização mendeliana de duas amostras com base em estatísticas resumidas de estudos de associação de todo o genoma sobre a duração do sono (N = 460 099), insónia (N = 462 341), úlcera oral (N = 385 026), cancro da cavidade oral (N = 4 151) e doença periodontal (N = 527 652).  

Resultados

Os nossos resultados revelaram uma correlação genética negativa entre a duração do sono e as aftas (correlação genética: -0,09, P = 0,007), enquanto que foi observada uma correlação genética positiva entre a insónia e as aftas (correlação genética: 0,18, P = 2,51E-06). . Além disso, mostrámos que uma duração de sono mais longa está significativamente associada a um risco reduzido de úlceras na boca (OR: 0,67, 95% CI: 0,54-0,83, P = 2,84E-04), enquanto a insónia está nominalmente associada a um risco aumentado de úlceras na boca. úlceras na boca (OR: 1,40, 95% CI: 1,01-1,95, P = 0,044). Em contrapartida, não foi detectada qualquer associação significativa entre a qualidade do sono e a doença periodontal ou o cancro da cavidade oral.  

Conclusões

Este trabalho fornece fortes evidências para apoiar a noção de que uma melhor qualidade de sono pode conferir um menor risco de úlceras orais e é, portanto, de considerável relevância clínica.

Estudo completo: https://bmcoralhealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12903-023-03417-w