Análise tomográfica da relação entre a morfologia mandibular e a erupção dos terceiros molares

Os terceiros molares inferiores (L3M) são os últimos dentes a erupcionar na cavidade oral. A não erupção desses dentes ainda suscita dúvidas quanto às suas causas, sendo que na literatura estão incluídos fatores genéticos, atividade da lâmina dentária e, principalmente, crescimento e desenvolvimento insuficientes das bases ósseas.

Embora a teoria da falta de espaço, influenciada pela morfologia mandibular e pelo tamanho da L3M, tenha sido argumentada como a principal razão para a impactação da L3M, há uma limitação na literatura em examinar tal associação utilizando análises tomográficas mais precisas obtidas a partir da TCFC. O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre a morfologia mandibular e a erupção dos L3M.

Para isso, foram selecionadas 85 tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC), com 147 L3M, do arquivo do Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, obtidas por meio de um aparelho Accuitomo® Morita e utilizando o software Dolphin Imaging 11.9. A erupção de L3M foi relacionada às medidas lineares do comprimento da mandíbula (Co-Gn), da dimensão do espaço retromolar (D2R), da largura mesiodistal das coroas de L3M, dos primeiros molares inferiores (L1M) e dos caninos inferiores (LC) e do ângulo mandibular (Ar-Go-Me). Foram realizados testes-t para amostras independentes, testes do teste χ² e regressão logística, adotando-se um nível de significância de 5%.