Prescrição de antibióticos em procedimentos de aumento ósseo e implantes dentários

O cumprimento das recomendações de antibióticos e os aspectos de segurança do uso restritivo são componentes importantes no combate à resistência aos antibióticos. O objetivo primário deste estudo foi avaliar o impacto das directrizes nacionais na prescrição de antibióticos para procedimentos de aumento ósseo entre os médicos dentistas que trabalham em três clínicas especializadas. O objetivo secundário foi avaliar a ocorrência de infecções pós-operatórias.  

Métodos

Foram revistos os registos médicos de 400 pacientes tratados com aumento ósseo: 200 nos anos 2010-2011 e 200 em 2014-2015. As recomendações nacionais suecas para a profilaxia antibiótica foram publicadas em 2012.    

Resultados

Registou-se uma grande variação nos regimes de antibióticos prescritos ao longo do estudo. O número de doentes tratados com profilaxia antibiótica em dose única de 2 g de amoxicilina, e tratados de acordo com as recomendações nacionais, foi baixo e diminuiu entre os dois períodos de 25% (n = 50/200) em 2010-2011 para 18,5% (n = 37/200) em 2014-2015. O número de doentes que não receberam antibióticos, quer como dose única profiláctica, quer durante a fase pós-operatória, aumentou (P<0,001). A administração de uma prescrição de antibiótico para 3-7 dias aumentou significativamente de 25,5% em 2010-2011 para 35% em 2014-2015. As taxas de infeção pós-operatória (4,5% e 6,5%) não diferiram entre os períodos estudados. O tabagismo e a omissão de profilaxia antibiótica aumentaram significativamente o risco de infeção pós-operatória. As análises de regressão logística mostraram que o sexo masculino do paciente e ter uma doença foram fatores preditivos para a adesão do médico às diretrizes.      

Conclusões

Após a introdução de recomendações nacionais para a profilaxia antibiótica antes dos procedimentos de aumento ósseo, o grupo de doentes que recebeu uma dose única pré-operatória diminuiu, enquanto o grupo que não recebeu profilaxia antibiótica aumentou. Não houve diferença na ocorrência de infecções pós-operatórias entre os dois períodos de tempo. Os resultados indicam a necessidade de esforços e estratégias educacionais para a implementação de prudência e conscientização sobre antibióticos entre os cirurgiões que realizam procedimentos de aumento ósseo.